domingo, 28 de novembro de 2010

SÉRIE: A ADORAÇÃO ESPIRITUAL - PARTE 2

Por Calvin Gardner


Mas a adoração corporal deve ser espiritual para ser aceito do Deus que é Espírito. Portanto ela deve ser limitada aquilo que é reverente, solene, respeitoso e dirigida pela inteligência. Somente dessa maneira pode a adoração correta ser um culto racional e espiritual. A expressão corporal deve ser uma reflexão do homem novo que deleita-se na lei de Deus (Romanos 7.22).

Nenhuma carnalidade, sensualidade, ou movimento sugestivo da carne, é reflexão daquele homem novo que deleita-se na lei de Deus (I Pedro 3.3,4; Efésios 4.22,24 “novo homem, que segundo Deus é criado em verdadeira justiça e santidade”; Tiago 3.13-18, “Quem dentre vós é sábio e entendido? Mostre pelo seu bom trato as suas obras em mansidão de sabedoria. Mas, se tendes amarga inveja, e sentimento faccioso em vosso coração, não vos glorieis, nem mintais contra a verdade. Essa não é a sabedoria que vem do alto, mas é terrena, animal e diabólica. Porque onde há inveja e espírito faccioso aí há perturbação e toda a obra perversa. Mas a sabedoria que do alto vem é, primeiramente pura, depois pacífica, moderada, tratável, cheia de misericórdia e de bons frutos, sem parcialidade, e sem hipocrisia. Ora, o fruto da justiça semeia-se na paz, para os que exercitam a paz.”). Portanto, a adoração verdadeira usa o corpo mas nunca a carne.

Cristo é o nosso exemplo e Ele adorou mais corretamente o Seu Pai. Ele adorou Deus corporalmente; Ele orou em voz alta, ajoelhou-Se, ergueu Seus olhos ao céu juntamente com Seu espírito quando Ele louvou o Seu Pai pela misericórdia recebida, ou rogou para que Seus discípulos fossem abençoados (João 11.41; 17.1,11). Os homens santos de Deus têm usado os seus corpos em expressões de adoração espiritual: Abraão se prostrou, apóstolo Paulo ajoelhou, estes usaram suas línguas e levantaram suas mãos, mostrando-nos que adoração espiritual necessita expressão corporal. E por Deus ser Espírito e também Santo essas expressões corporais devem espelhar o homem novo regenerado adorando reverentemente.

É verdade que o corpo deve ser usado, segundo o entendimento, na adoração espiritual e entendemos isso pelo fato que Jesus instituiu o Seu tipo de igreja e estabeleceu ordenanças nela que só podem ser observadas empregando o corpo. Deus pede a nossa presença corporal no ajuntamento (Hebreus 11.25; Salmos 122.1). As ordenanças, tanto de batismo, quanto a ceia, pedem a participação do nosso corpo na adoração (Mateus 28.19; I Coríntios 11.23-27).

As duas ordenanças manifestem publicamente Cristo e a Sua redenção completa e vitoriosa. Mas, nem por isso, devemo-nos a ser entregues à gritaria ou à expressão corporal espontânea e sem controle (Efésios 4.31, “Toda a amargura, e ira, e cólera, e gritaria, e blasfêmia e toda a malícia sejam tiradas dentre vós”; I Coríntios 14.40). Somente pelo fato que o corpo participa na adoração verdadeira não indica que ela deve ser menos espiritual, mas as ações do corpo também devem expressar reverência e santidade (Habacuque 2.20 “Mas o SENHOR está no seu santo templo; cale-se diante dele toda a terra.”).

A adoração não deve deixar de ser um “culto racional”, ou quer dizer com entendimento quando há o uso do corpo nela. É sábio notar que as expressões corporais são somente expressões, e não se substituta a própria adoração. Orações compridas, cânticos talentosos, ou qualquer outra expressão corporal, são nada sem o amor interior a Deus (I Coríntios 13.1-3). Deus quer para Ele mesmo o nosso coração. As cerimônias religiosas foram instituídas como servos da nossa adoração espiritual, não para ser a própria adoração. Um homem que se mostra religioso mas sem aquela adoração com o espírito é igual a igreja de Sardes que “tens nome de que vives, e estás morto.” (Apocalipse 3.1). A adoração usa o corpo para se expressar, mas mesmo assim é necessário que examinemos que ela não deixa de ser espiritual (Lucas 11.39-44).

Por causa do perigo da carne misturar-se na adoração corporal devemos examinar-nos concernente a nossa maneira de adoração. Estamos nos últimos dias e o apóstolo Paulo nos diz: terão muitos nestes dias que tem “aparência de piedade, mas negando a eficácia dela” (II Timóteo 3.1,5). Portanto, devemos nos examinar se não é assim conosco. Para ajudar nessa examinação particular considera essas indagações: A nossa diligência é o exterior ou o interior? Os nossos sacrifícios ao Senhor são sacrifícios vivos e santos, ou sacrifícios das obras mortas da carne? Está lembrado que qualquer carnalidade na adoração não só faz a adoração ser inaceitável, mas abominável a Deus (Apocalipse 3.16; Salmos 66.18)?

Para ter adoração espiritual lembre-se: vigilância contínua é necessária (Mateus 26.41). Um andar espiritual de dia impedirá a contaminação com a concupiscência na adoração noturna. Lembre-se também é necessário nutrir um amor para com Deus que leva-nos a depender nEle (Provérbios 16.3; Salmos 37.4). Para cultivar uma adoração espiritual, nutri pensamentos corretas da majestade de Deus na sua mente. Praticando esses conselhos fará que adoremos o Senhor em espírito “e em verdade” (João 4.24; Filipenses 4.8). Também para auxiliar a adoração espiritual pública devemos cultivar uma comunhão particular com o Senhor (Jeremias 15.16). Para medir a veracidade da nossa adoração somente devemos notar se somos mais maduros espiritualmente depois do exercício dela.

O fruto de adoração espiritual é visto numa obediência maior da Palavra de Deus (Mateus 7.24-27) e num amor aperfeiçoado para com Deus e para com os homens (João 13.35). O homem novo pelo conhecimento de Deus foi renovado (Colossenses 3.10)? A comunhão que você experimentou na adoração foi uma comunhão com Deus ou um inter-relacionamento com seu próprio ego? Foi algo que se edificou ou somente si entreteve?

Que Deus nos abençoa com aquele entendimento da Palavra de Deus que nos leva à adoração verdadeira expressada tanto espiritualmente quanto corporalmente segundo a verdade. Assim Cristo será exaltado e o povo de Deus edificado.

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