segunda-feira, 28 de março de 2011

O QUE TUDO ISSO TEM A VER COMIGO?


Por John Piper


Como Deus pode me amar?

No qual temos a redenção, pelo seu sangue, a remissão
dos pecados, segundo a riqueza da sua graça.
Efésios 1.7

Porque Deus amou ao mundo de tal maneira que deu o seu Filho unigênito,
para que todo o que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna.
João 3.16

Dificilmente, alguém morreria por um justo; pois poderá ser que pelo bom
alguém se anime a morrer. Mas Deus prova o seu próprio amor para conosco
pelo fato de ter Cristo morrido por nós, sendo nós ainda pecadores.
Romanos 5.7-8


A medida do amor de Deus por nós é demonstrada em dois aspectos: Um, pela intensidade do sacrifício feito para nos salvar da penalidade do nosso pecado. O outro, pelo grau de nossa indignidade no momento da nossa salvação.

Podemos perceber a medida de seu sacrifício nas palavras: “Deus... deu o seu Filho unigênito” (João 3.16). Também o percebemos na palavra “Cristo”. Este é um nome baseado no título grego Christos, ou “O Ungido”, ou “Messias”. Tratas-e de um termo de grande dignidade. O Messias seria o rei de Israel. Ele subjugaria os romanos e traria paz e segurança para Israel. Em suma, a pessoa que Deus enviou para salvar pecadores era seu próprio Filho divino, seu único Filho e o Rei Ungido de Israel — de fato, o rei do mundo (Isaías 9.6-7).

Quando somamos esta consideração à horrenda morte por crucificação que Cristo suportou, torna-se claro que o sacrifício feito pelo Pai e pelo Filho foi indescritivelmente grandioso — e até infinito, se considerarmos a distância entre o divino e o humano. Mas Deus escolheu fazer este sacrifício para nos salvar.

A medida de seu amor por nós aumenta ainda mais quando observamos nossa indignidade. “Poderá ser que pelo bom alguém se anime a morrer. Mas Deus prova o seu próprio amor para conosco pelo fato de ter Cristo morrido por nós, sendo nós ainda pecadores” (Romanos 5.7-8). Nós merecíamos a punição divina, não o sacrifício divino.

Eu já ouvi alguém dizer: “Deus não morreu pelos animais. Então, ao morrer Ele estava respondendo ao valor que temos como humanos”. Isto torna a graça ainda maior. Somos piores que animais. Os animais não pecaram. Eles não se rebelaram, não desprezaram a Deus como alguém sem importância em sua vida. Jesus não teve de morrer pelos animais. Eles não são tão maus. Nós somos. Nosso débito é tão grande que somente um sacrifício divino poderia pagá-lo.

Existe apenas uma explicação para o sacrifício de Deus em nosso favor, E ela não se encontra em nós. “A riqueza da sua graça” (Efésios 1.7). O sacrifício é totalmente gratuito; não é uma resposta ao nosso valor. É a abundância do infinito valor de Deus. De fato, é nisto que consiste o amor divino: uma paixão por cativar, a um custo elevado, pecadores indignos com aquilo que os tornará incomparavelmente felizes, isto é, sua infinita beleza.


Estas coisas vos escrevi, a fim de saberdes que tendes a vida eterna, a vós outros que credes
em o nome do Filho de Deus. 1 João 5.13

Quem ouve a minha palavra e crê naquele que me enviou tem a vida eterna, não entra em
juízo, mas passou da morte para a vida. João 5.24

Arrependei-vos, pois, e convertei-vos para serem cancelados os vossos pecados.
Atos 3.19

Guardai-vos no amor de Deus, esperando a misericórdia de nosso Senhor Jesus Cristo,
para a vida eterna. Judas 21


Deus nos criou para sua glória

Trazei meus filhos de longe e minhas filhas, das extremidades da terra... os que
criei para minha glória, e que formei, e fiz.
Isaías 43.6-7

Deus nos criou para magnificar sua grandeza — assim como os telescópios magnificam as estrelas. Ele nos criou para mostrar sua bondade, verdade, beleza, sabedoria e justiça. A maior demonstração da glória de Deus vem de um profundo prazer em tudo o que Ele é. Isso significa que Deus recebe o louvor, e nós, a alegria. Deus nos criou de tal forma que Ele é mais glorificado em nós quando estamos mais satisfeitos nEle.

Todo ser humano deveria viver para a glória de Deus

Portanto, quer comais, quer bebais ou façais outra coisa
qualquer, fazei tudo para a glória de Deus.
1 Coríntios 10.31

Se Deus nos fez para sua glória, está claro que deveríamos viver para sua glória. Nosso dever resulta do propósito dEle. Então, nosso primeiro dever é mostrar o valor de Deus, estando satisfeitos com tudo o que Ele é para nós. Esta é a essência de amar a Deus (Mateus 22.37), de confiar nEle (1 João 5.4) e de ser grato a Ele (Salmos 100.2-4). Esta é a raiz de toda a obediência verdadeira, especialmente no que se refere ao amor pelos outros (Colossenses 1.4-5).

Todos nós falhamos em glorificar a Deus

Todos pecaram e carecem da glória de Deus.
Romanos 3.23

O que significa “carecem da glória de Deus”? Significa que nenhum de nós aprecia a Deus e confia nEle como deveria. Não nos satisfazemos com a sua grandeza e não andamos em seus caminhos. Temos procurado satisfação em outras coisas, tratando-as como mais valiosas do que Deus, e isso é a essência da idolatria (Romanos 1.21-23). Desde que o pecado entrou no mundo, todos temos sido muito resistentes em ter Deus como nosso tesouro todo-satisfatório (Efésios 2.3). Isso é uma ofensa horrorosa à grandeza de Deus (Jeremias 2.12-13).

Todos merecemos a justa condenação divina

O salário do pecado é a morte... Romanos 6.23

Todos nós temos depreciado a glória de Deus. Como? Ao preferir outras coisas no lugar de Deus e ao sermos ingratos, desobedientes e incrédulos. Assim, pois, Deus é justo quando nos priva para sempre da alegria de sua glória. “Estes sofrerão penalidade de eterna destruição, banidos da face do Senhor e da glória do seu poder” (2 Tessalonicenses 1.9).

A palavra “inferno” é usada no Novo Testamento doze vezes — onze, pelo próprio Jesus. O inferno não é um mito criado por pregadores melancólicos e enraivecidos. É um solene aviso do Filho de Deus, o qual morreu para livrar pecadores da maldição do inferno. Ignorar esse aviso é um grande risco. Se a exposição bíblica a respeito da condição humana parasse aqui, estaríamos destinados a um futuro sem esperança. Entretanto, ela não termina neste ponto...

Deus enviou seu único Filho para prover a vida e a alegria eternas

Cristo Jesus veio ao mundo para salvar os pecadores.
1 Timóteo 1.15

As boas notícias consistem no fato de ter Cristo morrido por pecadores como nós e de ter retornado fisicamente dentre os mortos para validar o poder salvífico de sua morte, bem como para abrir as portas da vida eterna e da alegria (1 Coríntios 15.20). Isso significa que Deus pode absolver pecadores culpados e ainda ser justo (Romanos 3.25-26). “Pois também Cristo morreu, uma única vez, pelos pecados, o justo pelos injustos, para conduzir-vos a Deus” (1 Pedro 3.18). Em nos voltarmos para Deus está a nossa mais completa e mais duradoura satisfação.

Os benefícios alcançados pela morte de Cristo pertencem àqueles que se arrependem e confiam nEle

Crê no Senhor Jesus e serás salvo.
Atos 16.31

“Arrepender-se” significa abandonar todas as promessas enganadoras do pecado. “Fé” significa satisfazer-se com tudo o que Deus promete ser para nós, em Jesus. “O que crê em mim”, Jesus disse, “jamais terá sede” (João 6.35). Nós não merecemos a nossa salvação. Não somos dignos de merecê-la (Romanos 4.4-5). Ela é concedida pela graça, por meio da fé (Efésios 2.8-9). Ela é gratuita (Romanos 3.24). A prova de que a temos é quando a apreciamos acima de todas as coisas (Mateus 13.44). E quando a apreciamos o objetivo de Deus na criação é alcançado: Ele é glorificado em nós, e nós nos satisfazemos nEle — para sempre.


Retirado do livro "Para Sua Alegria"

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