segunda-feira, 6 de junho de 2011

ENTRANDO EM SUA PLENITUDE

Por Bill Johnson

Jamais houve outro momento na história da humanidade no qual 1 milhão de escravos se levantaram repentinamente e saíram do país onde estavam sendo oprimidos. Com exceção da vida, crucificação, ressurreição e ascensão de Jesus Cristo, o êxodo é pro álveo ente a coisa mais incrível que já aconteceu. Da perspectiva de Deus, no entanto, a maior realidade para seu povo não foi a libertação, mas o propósito da libertação. O mesmo é verdade com respeito à salvação que Cristo nos dá. O significado e a natureza dessa salvação é algo sobre o que vamos aprender durante toda a vida. Nunca devemos deixar de meditar no fato de que uma vez estivemos mortos em nossos pecados e fomos ressuscitados como nova criação com um espírito vivo, no qual o Espírito de Deus habita. Mas a verdade é que a vida no Reino é uma realidade maior do que o ingresso no Reino.

Essa verdade é retratada simbolicamente pela história do êxodo. Quando os israelitas saíram da escravidão no Egito, passaram pelo mar vermelho. Essa é uma ilustração do batismo nas águas, o ato profético pelo qual declaramos a fé em Cristo e recebemos o perdão por nossos pecados. Deus não tirou simplesmente Israel da escravidão; ele também levou os israelitas à terra prometida. E, quando ele os introduziu naquele novo território, eles atravessaram outra porção de águas, o rio Jordão, para alcançar a terra prometida. Isso representa o batismo do Espírito. (Jesus se referiu ao Espírito Santo como um rio, por exemplo, em João 7.38,39.) O primeiro batismo nos faz "sair do vermelho", por assim dizer, representando o pagamento de nossa dívida de pecado. O segundo batismo nos faz entrar no saldo positivo, ilustrando a experiência de encher-nos de Deus para poder caminhar com ele e representá-lo mais eficazmente como seus agentes de poder na terra. A terra prometida ao cristão é viver a visa no domínio do Reino - o domínio do Rei. Essa é a esfera para a qual fomos salvos.

Na realidade, duas tribos meia decidiram viver em lado do rio enquanto nove tribos e meia atravessaram para a terra prometida. Deus exigiu que eles trabalhassem juntos para garantir a herança dos povos dos dois lados do rio. Esse "rio" continua sendo um ponto de divisão até hoje, já que uma multidão de pessoas maravilhosas escolheu viver no outro lado do rio das intenções de Deus. Elas não são inferiores nem têm menos poder. Mas se contentaram com menos. Existe mais do outro lado do rio.

O que a história do êxodo nos mostra é que é possível as pesssoas serem tiradas da escravidão, mas se deterem logo antes de entrarem na terra das promessas. De fato, toda a geração que saiu do Egito não atingiu o destino que Deus tinha pra ela; morreu na pequena península entre o Egito e a terra prometida. A razão simples para esses destinos abortados foi a falta de arrependimento - o fracasso em permitir que Deus reciclasse a mente deles da mentalidade servil do Egito à mentalidade dos que se ajustam a andar em compromisso com ele.

Da mesma forma, muitos cristão se arrependem o suficiente para ser perdoados, mas não o suficiente para ver o Reino. Como eu disse antes, a primeira instrução de Jesus em seu ministério foi: "Arrependam-se, pois o Reino dos céus está próximo". Todavia, assim como fizeram os israelitas, tais cristãos perdem muito do que está disponível na autêntica vida cristã e correm o perigo de contentar-se com uma visa de religiosidade formal.

Religião é a antítese do Reino. E o Reino - a esfera de domínio do Rei - é o que todo homem, mulher e criança anseia no fundo do coração. A religião fria apetite que não pode ser satisfeito. Por natureza ela dá valor à forma sem poder, à formação sem experiência. Ela torna aparência exterior uma prioridade sobre os assuntos do coração. Por essa razão, a religião não dá oportunidade para o conhecimento real de Deus e, portanto, é cruel, sem poder e enfadonha.

Precisamos ser um povo que não esteja disposto a sacrificar os ideais do Reino por substitutos artificiais. O presente mover de Deus está em toda parte, reciclando-nos para nos manter em sua presença manifesta e para vivermos somente com esse propósito.

CONHECIDO POR DEUS

A diferença fundamental entre cristianismo autêntico e religião é conhecer e ser conhecido por Deus, ao contrário de meramente saber a respeito dele. De fato, a única coisa mais importante do que conhecer Deus é ser conhecido por ele. Jesus deicou isso claro no evangelho de Mateus, quando advertiu que o Pai diria a alguns: "Nunca os conheci. Afastem-se de mim [...]" (Mateus 7.23).

Saber algo a respeito de uma pessoa não é o mesmo que conhecê-la. Quando criança eu era um grande admirador de Willie Mays, o jogador de beisebol do San Francisco Giants, integrante do Hall da fama. Eu lia tudo o que podia a respeito dele, colecionava seus cromos, ia aos jogos e ouvia incontáveis transmissões de rádio dos jogos do Giants. Eu podia dizer sua data de aniversário, dar inúmeras estatísticas sobre suas façanhas em campo e até mostrar minha cópia de seu autógrafo. Mas eu não o conhecia, ele não me conhecia. Para que isso acontecesse teríamos de passar tempos juntos, e ele teria de me deixar entrar em sua vida, da mesma forma que eu teria de fazer em relação a ele. Só se isso acontecesse eu poderia dizer: "Conheço Willie Mays".

Embora Deus conheça tudo a respeito de todos, ele não conhece cada um. Ele pode saber mais fatos a respeito de uma pessoa do que ninguém jamais poderia saber a respeito de si mesmo. Mas um relacionamento precisa de mútuo consentimento e cooperação. Para que ele me conheça, preciso abrir meu coração e dar-lhe acesso às coisas secretas de minha vida. É por isso que confessar os pecados a Deus é tão importante. É o começo do relacionamento. Ele já conhece tudo - o que é bom, o que é perverso e o que é imoral. Mas, quando lhe confesso meus pecados, concordo com ele a respeito de serem errados. Contudo, um relacionamento precisa ser construído sobre mais do que uma confissão, que apenas remove os obstáculos e o torna possível. Ao confessar o pecado, eu me abro para ele a fim de fazer do relacionamento pessoal uma possibilidade.

Os relacionamentos são construídos sobre confiança, comunição, interesses comuns, honestidade e tempo juntos. Quando se trata de conhecer Deus não é diferente. É a partir do conhecimento de Deus que descobrimos nosso maior propósito na vida.

Ser conhecido por Deus é a coisa mais importante na vida e não acontecerá sem minha rendição e resposta a ele.


Retirado do livro "Face a Face com Deus".

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