1. O que acontece no novo nascimento não é a obtenção de uma nova religião, e sim de uma nova vida.
Nicodemos não precisava de religião, precisava de vida – vida espiritual. O que acontece no novo nascimento é que surge uma vida que não existia antes. Uma nova vida começa no momento do novo nascimento. Não se trata de uma atividade religiosa, de disciplina ou de decisão. Trata-se do surgimento de uma vida.
2. O que acontece no novo nascimento não é meramente uma afirmação do caráter sobrenatural de Jesus, e sim o experimentarmos o sobrenatural em nós mesmos.
Ninguém é salvo por ver sinais e maravilhas e encantar-se com eles, nem por dar crédito àquele que fez os milagres, afirmando que ele veio de Deus. Esse é um dos grandes perigos de sinais e maravilhas: não preciso de um coração novo para ficar encantado com eles. [...] Em outras palavras, o que importa não é a mera afirmação do caráter sobrenatural de Jesus, e sim experimentar em si mesmo o sobrenatural. [...] Então, Nicodemos, disse Jesus, o que acontece no novo nascimento não é meramente uma afirmação do meu caráter sobrenatural, e sim o experimentar o sobrenatural em você mesmo. [...] No novo nascimento, o Espírito Santo nos dá, sobrenaturalmente, uma nova vida espiritual por unir-nos a Jesus Cristo, mediante a fé, pois Jesus é a vida.
3. O que acontece no novo nascimento não é uma melhoria da velha natureza humana, e sim a criação de uma nova natureza humana – uma natureza que é realmente você, uma natureza perdoada, purificada, realmente nova, que está sendo formada pelo Espírito de Deus, que habita em você.
No novo nascimento, o Espírito Santo nos dá, sobrenaturalmente, uma nova vida espiritual por unir-nos a Jesus Cristo, mediante a fé. Em outras palavras, o Espírito nos une a Cristo em quem há purificação para os nossos pecados (ilustrada pela água) e substitui nosso coração empedernido e indiferente por um coração brando que valoriza Jesus acima de todas as coisas e está sendo transformado, pela presença do Espírito, num coração que ama fazer a vontade de Deus (Ez 36.27).
Características homem que não experimentou o novo nascimento
1. Estamos mortos em delitos e pecados (Ef 2.1-2).
Estamos mortos no sentido de que não podemos ver a glória de Cristo e experimentá-la. Estamos espiritualmente mortos.
2. Somos, por natureza, filhos da ira (Ef 2.3).
Não são as minhas ações, nem as circunstâncias, nem as pessoas em minha vida. A minha natureza é o meu problema pessoal mais profundo. A verdade não é que no começo eu tinha uma boa natureza, depois fiz coisas ruins e consegui uma natureza má. “Eu nasci na iniqüidade, e em pecado me concebeu minha mãe” (Sl 51.5). Nossa natureza é tão rebelde, tão egoísta e tão insensível à majestade de Deus, que a sua santa ira é uma reação natural e correta para nós.
3. Amamos as trevas e odiamos a luz (Jo 3.19-20).
Não somos neutros quando a luz espiritual se aproxima. Nós lhe resistimos. E não somos neutros quando as trevas espirituais nos envolvem. Nós as abraçamos.
4. Nosso coração é duro como pedra (Ez 36.26; Ef 4.18).
Nossa ignorância é uma ignorância culpada, não é uma ignorância inocente. Está arraigada em corações endurecidos e resistentes.
5. Somos incapazes de nos submeter a Deus ou de agradar-Lhe (Rm 8.7-8).
Nossa mente é tão resistente à autoridade de Deus, que não nos submetemos, nem podemos nos submeter a Ele. E, se não podemos nos submeter a Ele, não podemos agradar-Lhe.
6. Somos incapazes de aceitar o evangelho (Ef 4.18; 1 Co 2.14).
O problema não é que as coisas de Deus estão acima da compreensão do homem natural. O problema é que ele as vê como loucura. Perceba que esse “não pode” é moral, e não físico. A pessoa não-regenerada não pode porque não quer. Sua preferência pelo pecado é tão forte, que ela não pode escolher o bem. É uma escravidão verdadeira e terrível, mas não inocente.
7. Somos incapazes de buscar a Cristo ou de aceitá-lo como Senhor (Jo 6.44, 65; 1 Co 12.3).
É moralmente impossível ao coração morto, obscurecido, mau e resistente celebrar o domínio de Jesus sobre sua vida sem que tenha nascido de novo.
8. Sem o novo nascimento, somos escravos do pecado. (Rm. 6.17)
Amávamos tanto o pecado que não podíamos abandoná-lo ou mortificá-lo.
9. Sem o novo nascimento, somos escravos de Satanás. (Ef. 2.1-2; 2 Tm. 2.24-26)
A característica peculiar de pessoas não-regeneradas é que seus desejos e escolhas estão em harmonia com o príncipe da potestade do ar.
10. Sem o novo nascimento, não habita bem nenhum em nós. (Rm. 7.18)
Quando as pessoas usam tudo que Deus fez sem confiar em sua graça e sem o objetivo de glorificá-Lo, elas desonram a criação de Deus. Fazem da criação um instrumento de incredulidade e destroem-na.
Essas são as dez características de nossa condição sem o novo nascimento. Essa é a razão por que temos de ser nascidos de novo. Sem o novo nascimento, nossa condição é desesperadora, e não podemos mudá-la com melhoria moral. Pessoas mortas não melhoram. Antes de acontecer-lhes qualquer outra coisa, pessoas mortas precisam receber vida, precisam nascer de novo.
O que acontece se nascermos de novo?
1. Com o novo nascimento, teremos a fé salvífica, não a incredulidade (Jo 1.11-13; 1 Jo 5.1; Ef 2.8-9; Fp 1.29; 1 Tm 1.14; 2 Tm 1.3).
Quando Deus nos faz nascer de novo, a fé salvífica é despertada, e somos unidos a Cristo. “Todo aquele que crê que Jesus é o Cristo é nascido de Deus” (1 Jo 5.1). O versículo não diz: será nascido de Deus. Antes, diz: é nascido de Deus. Nossa primeira fé é a centelha de vida que vem por meio do novo nascimento.
2. Com o novo nascimento, seremos justificados, e não condenados (Rm 8.1; 2 Co 5.21; Gl 2.17; Fp 3.9).
Quando o novo nascimento desperta a fé e nos une a Cristo, somos justificados – ou seja, somos tornados justos – por meio da fé. “Justificados, pois, mediante a fé, temos paz com Deus por meio de nosso Senhor Jesus Cristo” (Rm 5.1). O novo nascimento desperta a fé, que olha para Cristo a fim de obter justiça, e Deus nos imputa a justiça fundamentado apenas em Cristo, tão-somente por meio da fé.
3. Com o novo nascimento, seremos filhos de Deus, e não filhos do diabo (1 Jo 3.9-10).
Quando o novo nascimento desperta a fé e nos une a Cristo, todos os obstáculos legais que nos impediam de ser aceitos por Deus são removidos por meio da justificação. Assim, Deus nos adota em sua família e nos conforma à imagem de seu Filho. “Mas, a todos quantos o receberam, deu-lhes o poder de serem feitos filhos de Deus, a saber, aos que crêem no seu nome; os quais não nasceram do sangue, nem da vontade da carne, nem da vontade do homem, mas de Deus” (Jo 1.12-13). Nascemos de novo, da parte de Deus, não da vontade do homem. Cremos em Cristo, e O recebemos, e Deus nos torna seus herdeiros legais e seus filhos espirituais.
4. Com o novo nascimento, produziremos frutos de amor por meio do Espírito Santo, e não produziremos frutos de morte (Rm 6.20–21; 7.4–6; 15.16; 1 Co 1.2; 2 Co 5.17; Ef 2.10; Gl 5.6; 2 Ts 2.13; 1 Pe 1.2; 1 Jo 3.14).
Quando o novo nascimento desperta a fé e somos unidos a Cristo, e toda a condenação é substituída pela justificação, e o Espírito de adoção entra em nossa vida, Ele produz o fruto do amor. Considere Gálatas 5.6: “Em Cristo Jesus, nem a circuncisão, nem a incircuncisão têm valor algum, mas a fé que atua pelo amor”; e 1 João 3.14: “Nós sabemos que já passamos da morte para a vida, porque amamos os irmãos”. Onde existe novo nascimento, existe amor.
5. Com o novo nascimento, teremos a alegria eterna na comunhão com Deus; ao invés de termos miséria eterna, juntamente com o diabo e seus anjos (Mt 25.41; Jo 3.3; Rm 6.23; Ap 2.11; 20.15).
Finalmente, quando o novo nascimento desperta a fé, nos une a Cristo (que é a nossa justiça) e outorga o poder santificador do Espírito Santo, estamos no caminho estreito que conduz ao céu. E o auge das alegrias celestes será a eterna comunhão com Deus. “E a vida eterna é esta: que te conheçam a ti, o único Deus verdadeiro, e a Jesus Cristo, a quem enviaste” (Jo 17.3). O clímax da alegria de nossa nova vida é o próprio Deus.
Tudo isso é o que ganharemos se nascermos de novo. A razão por que temos de nascer de novo não é somente que sem o novo nascimento estamos mortos, mas também que sem ele perdemos para sempre tudo que é bom. Foi por isso que Jesus disse: “Importa-vos nascer de novo” (Jo 3.3, 7).
Extraído do site: www.voltemosaoevangelho.com , com alterações. Trechos do livro "Finalmente Vivos".
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