domingo, 28 de novembro de 2010

SÉRIE: A ADORAÇÃO ESPIRITUAL - PARTE 2

Por Calvin Gardner


Mas a adoração corporal deve ser espiritual para ser aceito do Deus que é Espírito. Portanto ela deve ser limitada aquilo que é reverente, solene, respeitoso e dirigida pela inteligência. Somente dessa maneira pode a adoração correta ser um culto racional e espiritual. A expressão corporal deve ser uma reflexão do homem novo que deleita-se na lei de Deus (Romanos 7.22).

Nenhuma carnalidade, sensualidade, ou movimento sugestivo da carne, é reflexão daquele homem novo que deleita-se na lei de Deus (I Pedro 3.3,4; Efésios 4.22,24 “novo homem, que segundo Deus é criado em verdadeira justiça e santidade”; Tiago 3.13-18, “Quem dentre vós é sábio e entendido? Mostre pelo seu bom trato as suas obras em mansidão de sabedoria. Mas, se tendes amarga inveja, e sentimento faccioso em vosso coração, não vos glorieis, nem mintais contra a verdade. Essa não é a sabedoria que vem do alto, mas é terrena, animal e diabólica. Porque onde há inveja e espírito faccioso aí há perturbação e toda a obra perversa. Mas a sabedoria que do alto vem é, primeiramente pura, depois pacífica, moderada, tratável, cheia de misericórdia e de bons frutos, sem parcialidade, e sem hipocrisia. Ora, o fruto da justiça semeia-se na paz, para os que exercitam a paz.”). Portanto, a adoração verdadeira usa o corpo mas nunca a carne.

Cristo é o nosso exemplo e Ele adorou mais corretamente o Seu Pai. Ele adorou Deus corporalmente; Ele orou em voz alta, ajoelhou-Se, ergueu Seus olhos ao céu juntamente com Seu espírito quando Ele louvou o Seu Pai pela misericórdia recebida, ou rogou para que Seus discípulos fossem abençoados (João 11.41; 17.1,11). Os homens santos de Deus têm usado os seus corpos em expressões de adoração espiritual: Abraão se prostrou, apóstolo Paulo ajoelhou, estes usaram suas línguas e levantaram suas mãos, mostrando-nos que adoração espiritual necessita expressão corporal. E por Deus ser Espírito e também Santo essas expressões corporais devem espelhar o homem novo regenerado adorando reverentemente.

É verdade que o corpo deve ser usado, segundo o entendimento, na adoração espiritual e entendemos isso pelo fato que Jesus instituiu o Seu tipo de igreja e estabeleceu ordenanças nela que só podem ser observadas empregando o corpo. Deus pede a nossa presença corporal no ajuntamento (Hebreus 11.25; Salmos 122.1). As ordenanças, tanto de batismo, quanto a ceia, pedem a participação do nosso corpo na adoração (Mateus 28.19; I Coríntios 11.23-27).

As duas ordenanças manifestem publicamente Cristo e a Sua redenção completa e vitoriosa. Mas, nem por isso, devemo-nos a ser entregues à gritaria ou à expressão corporal espontânea e sem controle (Efésios 4.31, “Toda a amargura, e ira, e cólera, e gritaria, e blasfêmia e toda a malícia sejam tiradas dentre vós”; I Coríntios 14.40). Somente pelo fato que o corpo participa na adoração verdadeira não indica que ela deve ser menos espiritual, mas as ações do corpo também devem expressar reverência e santidade (Habacuque 2.20 “Mas o SENHOR está no seu santo templo; cale-se diante dele toda a terra.”).

A adoração não deve deixar de ser um “culto racional”, ou quer dizer com entendimento quando há o uso do corpo nela. É sábio notar que as expressões corporais são somente expressões, e não se substituta a própria adoração. Orações compridas, cânticos talentosos, ou qualquer outra expressão corporal, são nada sem o amor interior a Deus (I Coríntios 13.1-3). Deus quer para Ele mesmo o nosso coração. As cerimônias religiosas foram instituídas como servos da nossa adoração espiritual, não para ser a própria adoração. Um homem que se mostra religioso mas sem aquela adoração com o espírito é igual a igreja de Sardes que “tens nome de que vives, e estás morto.” (Apocalipse 3.1). A adoração usa o corpo para se expressar, mas mesmo assim é necessário que examinemos que ela não deixa de ser espiritual (Lucas 11.39-44).

Por causa do perigo da carne misturar-se na adoração corporal devemos examinar-nos concernente a nossa maneira de adoração. Estamos nos últimos dias e o apóstolo Paulo nos diz: terão muitos nestes dias que tem “aparência de piedade, mas negando a eficácia dela” (II Timóteo 3.1,5). Portanto, devemos nos examinar se não é assim conosco. Para ajudar nessa examinação particular considera essas indagações: A nossa diligência é o exterior ou o interior? Os nossos sacrifícios ao Senhor são sacrifícios vivos e santos, ou sacrifícios das obras mortas da carne? Está lembrado que qualquer carnalidade na adoração não só faz a adoração ser inaceitável, mas abominável a Deus (Apocalipse 3.16; Salmos 66.18)?

Para ter adoração espiritual lembre-se: vigilância contínua é necessária (Mateus 26.41). Um andar espiritual de dia impedirá a contaminação com a concupiscência na adoração noturna. Lembre-se também é necessário nutrir um amor para com Deus que leva-nos a depender nEle (Provérbios 16.3; Salmos 37.4). Para cultivar uma adoração espiritual, nutri pensamentos corretas da majestade de Deus na sua mente. Praticando esses conselhos fará que adoremos o Senhor em espírito “e em verdade” (João 4.24; Filipenses 4.8). Também para auxiliar a adoração espiritual pública devemos cultivar uma comunhão particular com o Senhor (Jeremias 15.16). Para medir a veracidade da nossa adoração somente devemos notar se somos mais maduros espiritualmente depois do exercício dela.

O fruto de adoração espiritual é visto numa obediência maior da Palavra de Deus (Mateus 7.24-27) e num amor aperfeiçoado para com Deus e para com os homens (João 13.35). O homem novo pelo conhecimento de Deus foi renovado (Colossenses 3.10)? A comunhão que você experimentou na adoração foi uma comunhão com Deus ou um inter-relacionamento com seu próprio ego? Foi algo que se edificou ou somente si entreteve?

Que Deus nos abençoa com aquele entendimento da Palavra de Deus que nos leva à adoração verdadeira expressada tanto espiritualmente quanto corporalmente segundo a verdade. Assim Cristo será exaltado e o povo de Deus edificado.

quinta-feira, 25 de novembro de 2010

SÉRIE: A ADORAÇÃO ESPIRITUAL - PARTE 1

Por Calvin Gardner

Salmos 150.6, “Tudo quanto tem fôlego louve ao SENHOR. Louvai ao SENHOR”.

Tudo que tem fôlego deve louvar o SENHOR. Porém toda e qualquer adoração deve ser espiritual pois Deus é Espírito. A adoração espiritual não é uma adoração sem entendimento mas uma que usa o conhecimento da excelência de Deus como motivo do seu louvor. Reconhecendo Deus como soberano e regozijando na glória dos Seus atributos manifestos no Redentor é adoração espiritual e são ações do espírito do homem regenerado. É assim que o Salmista nos instrui: “Pois Deus é o Rei de toda a terra, cantai louvores com inteligência.” (Salmos 47.7; I Coríntios 14.12-20).

A adoração sem entendimento, ou inteligência, não é culto racional, algo que Deus pede (Romanos 12.1,2). Tentativas de adorar o Senhor somente com as sensações são ações de um bruto. Louvor que usa a razão é adoração de um homem para com seu Deus. Adoração espiritual é louvor que corresponde com a natureza nova de um homem regenerado (Romanos 8.5 “os que são segundo o Espírito para as coisas do Espírito.”).Portanto, regeneração deve preceder qualquer possibilidade de adoração espiritual e verdadeira. Importa a Deus que os que “adoram adorem em espírito e em verdade” (João 4.24). Não procure a adorar a Deus se não for regenerado. Procure Cristo! Ele é O Salvador do pecador arrependido e que crê nEle para asalvação. Por intermédio dEle o pecado tenha o novo homem.

Como temos percebido nos estudos anteriores, adoração espiritual só pode ser uma atividade do homem interior que nasce do espírito de Deus (João 3.3,5,7). O cristão precisa do auxílio do Espírito Santo de Deus para adorar corretamente. Não podemos mortificar a concupiscência sem o auxílio do Espírito (Romanos 8.13), e tampouco a nossa adoração é espiritual sem o Seu auxílio (Romanos 8.6 “mas a inclinação do Espírito é vida e paz”; 8.26 “o mesmo Espírito intercede por nós”; Efésios 6.18 “Orando em todo o tempo com toda a oração e súplica no Espírito”; Judas 20 “Mas vós, amados, edificando-vos a vós mesmos sobre a vossa santíssima fé, orando no Espírito Santo”). Não podemos clamar “Abba, Pai” sem o Espírito Santo nos impelindo a tal adoração espiritual.

A adoração espiritual também deve ser com sinceridade. Quando Paulo diz “Porque Deus, a quem sirvo em meu espírito”, ele não estava se referindo ao auxílio do Espírito Santo impelindo ele a servir Deus. Ele está expressando que ele serve o Senhor Deus com um coração reverente e sincero (Romanos 1.9). Deus merece o nosso coração. Podemos dar a nossa língua, lábios, ou as nossas mãos, sem o nosso coração, mas o coração não pode ser exercitado em adoração verdadeira sem a atividade da nossa língua, lábios, e as nossas mãos santas (I Timóteo 2.8; Provérbios 23.26). As duas pequenas moedas da viúva foram mais valiosas do que as ofertas volumosas dos ricos por serem de um coração sincero em adoração espiritual e verdadeira (Marcos 12.41- 44). Portanto a adoração espiritual envolve a sinceridade com o que temos, seja financeira, ou seja física.

A adoração corporal não é rejeitada por Deus na adoração espiritual. Mesmo que a adoração espiritual é o mais importante e prazerosa a Deus, não devemos omitir o que foi menos exigido, ou seja, o uso do corpo na adoração (Mateus 23.23; Lucas 11.42). A lei cerimonial tinha a intenção do espiritual, assim o nosso espiritual pode ter a ação do corpo. Mas a adoração só pode ser verdadeira se o corpo que adora adore com um espírito santo. Um corpo moralmente sujo indica um coração pecaminoso. Tal adoração é rejeitada. O culto racional consiste tanto numa mente renovada quanto num corpo santo apresentado a Deus (Romanos 12.1,2; I Timóteo 2.8).

Os nossos corpos devem ser sacrifícios vivos. Na adoração espiritual os nossos corpos não devem ser mortos mas mortificados ao pecado (Romanos 8.13). Um sacrifício vivo se manifesta pela vivência da nova natureza, numa postura santa com as afeições crucificadas à tudo que é da carne ou do mundo. Como a divindade de Cristo foi manifesta pelas Suas ações, assim também a nossa espiritualidade deve ser manifesta nas nossas ações de adoração. “Dar a Deus louvor pelo corpo e não da alma é hipocrisia; dar a Deus culto em espírito e não com o corpo é sacrilégio; não dar louvor com o corpo nem com o espírito é ateísmo.” - Charnock.

quarta-feira, 24 de novembro de 2010

A ABSOLUTA IMPORTÂNCIA DO MOTIVO

Por A.W. Tozer em “A Raiz dos Justos”

A prova pela qual toda conduta será finalmente julgada é o motivo.

Como a água não pode subir mais alto do que o nível da sua fonte, assim a qualidade moral de um ato nunca pode ir mais alto do que o motivo que o inspira. Por esta razão, nenhum ato procedente de um mau motivo pode ser bom, ainda que algum bem possa parecer provir dele. Toda ação praticada por ira ou despeito, por exemplo, ver-se-á afinal que foi praticada pelo inimigo e contra o reino de Deus.

Infelizmente, a natureza da atividade religiosa é tal que muita coisa dela pode ser levada a efeito por razões não boas, como a raiva, a inveja, a ambição, a vaidade e a avareza. Toda atividade desse jaez é essencialmente má e como tal será avaliada no julgamento.

Nesta questão de motivos, como em muitas outras coisas, os fariseus dão-nos claros exemplos. Eles continuam sendo os mais tristes fracassos religiosos do mundo, não por causa de erro doutrinário, nem porque fossem pessoas de vida abertamente dissoluta. Todo o problema deles estava na qualidade dos seus motivos religiosos. Oravam, mas para serem ouvidos pelos homens, e deste modo o seu motivoarruinava as suas orações e as tornava não somente inúteis, mas realmente más. Contribuíam generosamente para o serviço do templo, mas às vezes o faziam para escapar do seu dever para com os seus pais, e isto era um mal, um pecado. Eles condenavam o pecado e se levantavam contra ele quando o viam nos outros, mas o faziam por sua justiça própria e por sua dureza de coração. Assim era com quase tudo o que faziam. Suas atividades eram cercadas de uma aparência de santidade, e essas mesmas atividades, se realizadas por motivos puros, seriam boas e louváveis. Toda a fraqueza dos fariseus jazia na qualidade dos seus motivos.

Que isso não é uma coisa pequena infere-se do fato de que aqueles religiosos formais e ortodoxos continuaram em sua cegueira até que finalmente crucificaram o Senhor da glória sem um pingo de noção da gravidade do seu crime.

Atos religiosos praticados por motivos vis são duplamente maus - maus em si mesmos e maus porque praticados em nome de Deus. Isso é equivalente a pecar em nome dAquele Ser que é sem pecado, a mentir em nome dAquele que não pode mentir, e a odiar em nome dAquele cuja natureza é amor.

Os cristãos, especialmente os muito ativos, freqüentemente devem tomar tempo para sondar as suas almas para certificar-se dos seus motivos. Muito solo é cantado para exibição; muito sermão é pregado para mostrar talento; muita igreja é fundada como uma bofetada nalguma outra igreja. Mesmo a atividade missionária pode tornarse competitiva, e a conquista de almas pode degenerar, passando a ser uma espécie de plano de vendedor de escovas, para satisfazer a carne. Não se esqueçam, os fariseus eram grandes missionários, e circundavam mar e terra para fazer um converso.

Um bom modo de evitar a armadilha da atividade religiosa vazia é comparecer ante Deus sempre que possível com as nossa Bíblias abertas no capítulo 13 de 1 Coríntios. Esta passagem, conquanto considerada como uma das mais belas da Bíblia, é também uma das mais severas das que se acham nas Escrituras Sagradas. O apóstolo toma o serviço religioso mais elevado e o consigna à futilidade, a menos que seja motivado pelo amor. Sem amor, profetas, mestres, oradores, filantropos e mártires são despedidos sem recompensas.

Para resumir, podemos dizer simplesmente que, à vista de Deus, somos julgados, não tanto pelo que fazemos como por nossas razões para fazê-lo. Não o que mas por que será a pergunta importante quando nós cristãos comparecermos no tribunal para prestarmos contas dos atos praticados enquanto no corpo.

sexta-feira, 19 de novembro de 2010

O ESPÍRITO SANTO NA ORAÇÃO

Por Madame Guyon


É de vital importância para você, ler cuidadosamente os versículos das Escrituras neste capítulo. Deus tem revelado a seus filhos o segredo da oração eficaz dizendo-nos como Ele realmente nos auxilia em oração através do Seu Santo Espírito.

"Se alguém não tem o Espírito Santo, esse tal não é Dele". (Romanos 8:9). Para pertencer a Jesus, devemos estar cheios de Seu Espírito e esvaziados do nosso próprio espírito. O apóstolo Paulo conheceu a necessidade da divina influência do Espírito na sua vida. Em Romanos 8:14, ele continua: "Porque todos os que são guiados pelo Espírito de Deus esses são filhos de Deus". O trabalho divino faz primeiro ter o divino preenchimento. Novamente Ele disse: "Porque não recebestes o Espírito de Escravidão, para outra vez estardes em temor, mas recebestes o Espírito de adoção de filhos, pelo qual clamamos: Abba, Pai". (Romanos 8:15). O Espírito do qual fala Paulo não é outro senão o atual Espírito de Jesus Cristo que veio para nós, vive em nós, através de nós, e nos ajuda a sentir a presença de Deus. Seu Espírito traz-nos a certeza que não somos mais filhos do mundo, porém agora pertencemos a Deus. "O mesmo Espírito testifica com o nosso espírito que somos filhos de Deus". (Romanos 8:16).

Deseja esta unidade com Deus? Sua alma está faminta e sedenta por esta união com Ele? Então, querido de Deus, entregue-se agora à influência deste abençoado Espírito de Deus. Permita-se receber a verdade da Palavra de Deus que realmente o encherá dEle. Com alegria, receba o "espírito de liberdade" que é dado somente aos filhos de Deus, e abandone o "espírito de escravidão". Permita ao seu espírito ser libertado, energizado com entusiasmo para as coisas de Deus. Paulo escreve, claramente, para que todos possam entender o segredo vital da oração "E da mesma maneira também o Espírito ajuda as nossas fraquezas; porque não sabemos o que havemos de pedir como convém, mas o Espírito intercede por nós com gemidos inexprimíveis" (Romanos 8:26).

Deus falou através de Paulo, que não podemos ser ignorantes das coisas espirituais. Ele quis que soubéssemos das intercessões do Espírito Santo por nós quando oramos. Nós não ficamos sozinhos perante Deus. Que esperança abençoada e conforto isto nos dá! Então se Deus sabe do que temos necessidade, e Seu Espírito está dentro de nós, não deveríamos permitir-lhe derramar seus inexprimíveis gemidos em nosso favor?

O próprio Jesus disse ao Pai: "Eu bem sei que me ouves". (João 11:42). Se livremente consentirmos que o Seu Espírito ore e interceda por nós, também seremos ouvidos sempre. Por que? Ouçam outra vez a Paulo que dominava este mistério: "E aquele que examina os corações sabe qual é a intenção do Espírito; e é Ele que segundo Deus intercede pelos santos". (Romanos 8:27). O que ele está dizendo é simplesmente que o Espírito de Deus ora de acordo com a vontade de Deus. A vontade de Deus é que cada pessoa seja salva e que se torne perfeita. Portanto, o Espírito intercede por tudo que é necessário para a nossa perfeição Porque então está sobrecarregado com cuidados deste mundo? Por que se cansa na multiplicidade de seus caminhos, sem nenhuma vez dizer, "Eu desejo descansar na Sua paz"? Deus o convida para lançar suas inquietações sobre Ele, "Porque Ele tem cuidado de vós" (I Pedro 5:7).

O coração de Deus deve ter sido tomado de grande tristeza, quando olhou para Sua criatura exaurida em todas as suas forças com mil negócios externos, quando havia tão pouco a fazer para alcançar tudo que desejava. "Por que gastais o dinheiro naquilo que não é pão? E o produto do vosso trabalho naquilo que não pode satisfazer? Ouvi-me atentamente, e comei o que é bom, e a vossa alma se deleite com a gordura" (Isaías 55:2).

Oh, se soubéssemos a bem-aventurança de "ouvir atentamente" a Deus: Quão grandemente nossas almas seriam fortalecidas por tal iniciativa. "Cale-se toda a carne, diante do Senhor" (Zacarias 2:13). Pare de esforçar-se em orar tão logo sinta a insistência do Espírito de Deus para orar através de você.

Deus nos assegura que não necessitamos temer nada. Ele promete ter especial cuidado de nós. "Porventura pode uma mulher esquecer-se tanto de seu filho que cria, que não se compadeça dele, do filho do seu ventre? Mas ainda que esta se esquecesse dele, contudo eu não me esquecerei de ti. Eis que nas palmas das minhas mãos eu te gravei; os teus muros estão continuamente diante de mim.". (Isaías 49:15,16).

Após ler estas belíssimas palavras de consolação, como pode estar constantemente receoso em render-se completamente à direção de Deus?

Retirado de "Experimentando Deus através da Oração"

quarta-feira, 17 de novembro de 2010

HOJE É O DIA

Por Jason Valloton

Hoje é o dia. Nunca haverá outro hoje, e cada um desses é um presente que nunca será dado novamente. Desperte do sono, limpe o sono dos seus olhos e viva. Vá em frente e viva. Hoje é o dia para começar, não há uma razão boa o suficiente para não fazer!

Esta vida não é minha. Eu sou apenas um locatário, se quiser, emprestado neste corpo para administrar o que Ele tem me dado. Estou plenamente consciente de que dentro de cada dia encontra-se a oportunidade para a eternidade ser tocada, se eu vou apenas aproveitar o dia.

Minha vida será medida por aquilo que me custou para chegar onde estou, se eu realmente aprendi a amar e o quanto eu sacrifiquei para o ganho de alguém. Quando eu me for, quando minha vida estiver gasta, todas as coisas que deixei pra trás serão evaporadas. Eu não vou preocupar com o quanto eu estava machucado, o quanto fiquei com raiva ou como eu estava deprimido. Todas essas são verdadeiras emoções, mas elas não são fundamentos para uma vida saudável. Temos todos de passar por estes tempos e respeitá-los, mas não faça a depressão ou a raiva um colega de quarto, a miséria é o seu único amigo.

A vida é curta, a vida é imprevisível. Eu só tenho uma chance, e na maioria das vezes não há o re-fazer. Não me interpretem mal, eu posso ir ao redor da montanha mais uma vez, mas eu não posso voltar atrás. Aproveite o dia, aproveite cada momento. Mesmo que este não é o momento que você queria ou esperava, este é o momento que você está dentro Adiministre cada um, e você pode ter certeza de que o crescimento será o fruto de seu trabalho.

Era uma vez um homem que nasceu com uma grande promessa. O Senhor disse-lhe que ele seria abençoado e que sua família serviria ele, porque ele foi favorecido. José, o jovem, foi descuidado com suas promessas, e no seu zelo, ele provocou a inveja de seus irmãos. O negócio é que os seus irmãos realmente não gostaram da idéia de servi-lo, eles conspiraram para destruir a sua vida, vendendo-o como escravo. José encontrou-se em situação precária. Ele foi vendido para um homem muito importante no governo. Com o tempo, José se tornou um homem de influência, e ele ganhou o favor com o seu mestre. Para o jovem, a vida parecia promissora novamente. Mas José foi acusado injustamente de dormir com a esposa de seu senhor, e mais uma vez ele se viu em uma situação indefesa, ele estava na prisão.

Através de uma série de eventos, José ainda na prisão, interpretou um sonho para o rei que ninguém poderia interpretar. Ele ganhou o favor com o rei mais uma vez e logo se viu na supervisão da terra do rei e à cuidar das pessoas naquela terra. Eventualmente, a promessa que o Senhor deu a ele como um homem jovem veio a acontecer. Ele milagrosamente salvou sua família da fome. Grande reconciliação aconteceu naquele dia para toda a família, eo jovem foi restaurado ao seu pai.

Assim como José, muitas vezes nós não temos de escolher os momentos que estamos, nós apenas ter a oportunidade de escolher o que acontece através de nós. Fui criado com um propósito, feito especialmente, de um tipo. Eu não vou ficar aqui por muito tempo, porque eu sou apenas um visitante semeado para a eternidade.

Ajuste sua visão. Mantenha o destino à vista, sabendo que é muito maior do que você e muito maior do que você pode manipular. Você é como Noé, chamado a construir algo que você nunca construiu antes e nunca tinha visto. Parece loucura, uma fé cega e a habilidade de imaginar muito além da capacidade da sua mente.

Quando você começa? Hoje. Não há melhor momento do que hoje. A grama é sempre mais verde, e amanhã, sempre parece mais promissora, mas você nunca vai ter de novo hoje. Comece agora e você nunca vai se arrepender sabendo que hoje foi o primeiro passo em direção a seus sonhos. Como começar? Gerencie as pequenas coisas que o Senhor fez em sua vida, seja fiel com elas, e a você será dado mais. Sonhe grande, e assuma riscos. Você não vai se arrepender no final de seus dias, por ter assumido riscos e tentar. Apenas certifique-se que você não é o tomador de decisão somente em sua vida. Mas por todos os meios, hoje é o dia .

Hoje é seu dia, é o primeiro passo na longa caminhada em direção a seus sonhos. A vida não virá até você, você deve ir atrás dela e agarrá-la, sabendo que é muito maior do que parece. Pule o hoje, e se irá pra sempre, sem poder voltar. Ouça minhas palavras e não se preocupe com o que você não sabe porque no caminho, você vai aprender. A vida é muito maior do que eu poderia até dizer. Então acorde de seu sono e limpe as lágrimas, porque hoje é seu dia. Busque ao Senhor!


Retirado do site: www.ibethel.org

A FÉ SEM EXPECTATIVA ESTÁ MORTA


Por A. W. Tozer


Expectativa e fé, embora semelhantes, não são a mesma coisa. Um cristão instruído não confundirá as duas.

A fé verdadeira jamais estará sozinha; ela sempre estará acompanhada pela expectativa. O homem que crê nas promessas de Deus espera vê-las cumpridas. Onde não existe expectativa, não existe fé.

Contudo, é bem possível existir a expectativa sem que exista a fé. A mente é perfeitamente capaz de confundir um forte desejo com a fé. Na verdade a fé, da forma em que é comumente entendida, não passa de um desejo combinado com um agradável otimismo. Alguns escritores conquistam bons lucros promovendo essa pretensa fé que se supõe criar um pensamento "positivo", em oposição à atitude mental negativa. Os seus ensinamentos são muito bem recebidos pelo coração daqueles afligidos por uma compulsão psicológica para crer, e que lidam com os fatos pelo simples expediente de não levá-los em conta.

A fé verdadeira não é formada do mesmo material de que são feitos os sonhos; antes ela é consistente, prática e totalmente realista. A fé vê o invisível, mas ela não vê aquilo que não existe. A fé ocupa-se com Deus, a grande Realidade, que deu e dá existência a todas as coisas. As promessas de Deus estão de acordo com a realidade, e qualquer que confia nelas entra num mundo real, e não fictício.

Na experiência normal, chegamos à verdade por meio da observação. Tudo o que se pode verificar por meio de experimentos é aceito como verdade. Os homens crêem nas informações dos seus sentidos. Se a ave caminha como um pato, parece um pato e emite sons como de um pato, então provavelmente é um pato. E se dos ovos que choca saem pequenos patos, praticamente se conclui o teste. A probabilidade dá lugar à certeza; essa ave é mesmo um pato. Essa é uma forma válida para lidar com nosso ambiente natural. Ninguém ousaria reclamar desse método, já que todos agem assim. É o jeito que lidamos com este mundo.

Mas a fé introduz um outro elemento em nossa vida, radicalmente diferente. "Pela fé entendemos" é a palavra que alça nosso conhecimento a um nível superior. A fé se ocupa com fatos que foram revelados do céu e que, por sua natureza, não reagem a testes científicos. O cristão conhece como verdade alguma coisa não porque a verificou por meio de alguma experiência, mas porque Deus a declarou. As suas expectativas nascem da sua confiança no caráter de Deus.

A expectativa sempre esteve presente na igreja nos tempos em que ela mais manifestou poder. Quando ela creu, ela esperou, e o seu Senhor jamais a desapontou. "Bem-aventurada a que creu, porque serão cumpridas as palavras que lhe foram ditas da parte do Senhor" (Lucas 1.45).

Todo grande mover de Deus na história, cada avanço incomum na igreja, cada reavivamento, foi precedido por um senso de forte antecipação. A expectativa sempre acompanhou as operações do Espírito. As Suas intervenções dificilmente surpreenderam o Seu povo, porque eles aguardavam com expectativa o Senhor ressurrecto e aguardavam confiantemente o cumprimento da Sua Palavra. As Suas bênçãos seguiam as suas expectativas.

Uma característica que é sintomática nas igrejas normais de hoje é a ausência de expectativa. Os cristãos, quando se reúnem, não esperam que aconteça nada fora do comum; em consequência, só acontece o costumeiro, e esse costumeiro é tão previsível como o pôr-do-sol. Uma mentalidade de não-expectativa impregna a reunião, uma quieta disposição de tédio que o ministro de várias formas tenta dissipar, meios esses que variam conforme o nível cultural da congregação e particularmente do próprio ministro.

Um recorre ao humor, outro apela para um assunto do momento que divide a opinião pública, como o uso de flúor na água, pena de morte ou a prática de esportes aos domingos. Outro, que talvez duvide de suas habilidades como humorista e que não esteja tão seguro quanto a que lado da controvérsia deve defender, tentará gerar expectativa no povo tratando de alguma programação futura: o churrasco dos homens, na próxima terça-feira; ou o piquenique e o jogo entre casados e solteiros, cujo resultado o alegre ministro modestamente se recusa a prever; ou o anúncio do lançamento de um novo filme religioso, cheio de sexo, violência e falsa filosofia, mas adoçado com insípida moralidade e frouxas sugestões de que a extasiada platéia precisaria nascer de novo.

Dessa forma, as atividades dos santos são estabelecidas por aqueles que se presume saberem melhor aquilo de que eles precisam. E esse procedimento, esse joguinho se torna aceitável até pelos mais piedosos, pela estratégia de adicionar no final algumas palavras de dedicação religiosa. Isso é chamado de "comunhão", embora se pareça pouquíssimo com as atividades dos cristãos de antigamente, a quem se aplicou primeiro a Palavra.

A expectativa do cristão, na igreja normal, segue o programa, não as promessas. As condições espirituais do momento, embora pobres, são aceitas como inevitáveis. O que vai acontecer é o que sempre aconteceu. Os cansados escravos da estúpida rotina julgam impossível esperar alguma coisa melhor.

Precisamos hoje de um novo espírito de antecipação que venha das promessas de Deus. Temos de declarar guerra à disposição de não-expectativa e temos de adotar uma fé infantil. Somente então poderemos outra vez experimentar a beleza e a maravilha da presença de Deus entre nós.

Extraído do livro “God Tells the Man Who Cares”, capítulo 32.

terça-feira, 9 de novembro de 2010

SÉRIE: O CRISTÃO QUE INTERCEDE - PARTE 2

Por: Kenneth Hagin

Orando com a ajuda do Espírito Santo

Romanos 8.26,27
E da mesma maneira também o Espírito ajuda as nossas fraquezas; porque não sabemos o que havemos de pedir como convém, mas o mesmo Espírito intercede por nós com gemidos inexprimíveis. E aquele que examina os corações sabe qual é a intenção do Espírito; e é ele que segundo Deus intercede pelos santos.

No texto acima, Paulo diz: não sabemos o que havemos de pedir como convém. De acordo com nosso estudo no Capítulo 1, sabemos que temos de orar pelos reis, e por todos que estão em eminência (1 Tm 2.2); isto é, pelos governantes da nossa nação. O Espírito Santo nos ajudará a orar segundo a vontade de Deus. Em 1 Coríntios, Paulo diz:

1 Coríntios 14.14,15
14 Porque, se eu orar em língua estranha, o meu espírito ora bem, mas o meu entendimento fica sem fruto.
15 Que farei, pois? Orarei com o espírito, mas também orarei com o entendimento; cantarei com o espírito, mas também cantarei com o entendimento.

Quando Paulo fala sobre o entendimento, está referindo-se à mente humana. Está falando sobre os dois tipos de oração: oração mental e oração espiritual Existe uma diferença entre as duas. Geralmente, as pessoas acham que toda oração é espiritual, mas não é assim. Portanto, Paulo disse: Se eu orar em língua estranha, meu espírito ora bem (v. 14). Ele estava orando com o espírito. Se tivesse orado com o entendimento, estaria orando com a mente. Deus quer que oremos no Espírito, mas também que oremos com nosso entendimento. Por isso Paulo disse: Orarei com o espírito, mas também orarei com o entendimento (v. 15). A Bíblia Ampliada diz: “Se oro numa língua desconhecida, meu espírito (por meio do Espírito Santo dentro de mim) ora” (v. 14). Quando você ora em línguas, é o Espírito Santo dentro de você que está proferindo aquelas palavras, mas é o seu espírito que está orando.

A oração mental - oração com o entendimento - limita-se ao seu conhecimento, ou ao seu entendimento. Por aí, pode-se ver o quanto pode ser insuficiente. A igreja, de modo geral, tem falhado porque na maior parte do tempo está empenhada em realizar a obra de Deus com apenas um tipo de oração: oração mental. E da mesma maneira também o Espírito ajuda as nossas fraquezas; porque não sabemos o que havemos de pedir como convém (Rm 8.26a). Seria impossível para nós, em nossa razão humana, saber o que devemos orar da maneira apropriada. Evidentemente, sei sobre as coisas que dizem respeito a mim mesmo. Entretanto, orar apenas pelas nossas necessidades individuais é uma oração limitada; muitas pessoas chegam somente até aqui.

O mesmo espírito intercede por nós com gemidos inexprimíveis (Rm 8.26b). De acordo com P. C. Nelson, a versão original desse versículo no grego indica “gemidos que não podem sem expressos por meio de palavras articuladas”. Nossa maneira comum de comunicação usa palavras articuladas. Esse versículo está referindose a orar em línguas, pois Paulo fala a mesma coisa aos romanos e aos coríntios. Em outras palavras, aqueles gemidos que brotam do nosso interior quando estamos orando são do nosso espírito. Não podem ser expressos por meio da linguagem regular.

Isso não é algo que o Espírito Santo possa fazer independentemente de você. É algo que Ele ajuda você a fazer. O Espírito Santo não foi enviado à terra para fazer qualquer coisa por si mesmo separado da igreja. Ele foi enviado para nos dar o poder para fazermos a obra de Deus. Jesus disse em João 14.16: E eu rogarei ao Pai, e ele vos dará outro Consolador, para que fique convosco para sempre. Em muitas traduções, esse versículo diz “outro Auxiliar”, em vez de Consolador.

O auxiliar, em qualquer trabalho, não é o responsável pela tarefa. Ele está lá para ajudar aquele que tem a obrigação de realizar o trabalho. O Espírito Santo não vai orar em seu lugar. Esses gemidos, dos quais a Bíblia fala, não são os gemidos do Espírito Santo, mas sim os gemidos que não podem ser expressos por meio de palavras. São gemidos que procedem do mais íntimo do seu próprio ser e saem através de seus lábios em forma de oração. É o Espírito Santo ajudando você a orar.

Romanos 8.26,27
26 E da mesma maneira também o Espírito ajuda as nossas fraquezas; porque não sabemos o que havemos de pedir como convém, mas o mesmo Espírito intercede por nós com gemidos inexprimíveis.
27 E aquele que examina os corações sabe qual é a intenção do Espírito; e é ele que segundo Deus intercede pelos santos.

Quando uma mulher está para dar à luz (ilustração que Paulo utiliza), ela luta e sente as dores do parto. Ela geme. A razão porque tão poucas pessoas estão sendo salvas e porque tantas conversões não levam a lugar algum é que Deus não deseja conversões; Ele quer nascimentos. Sem as dores do parto, não há nascimento de filhos.

Será que sabemos algo sobre gemidos e dores de parto? Algumas pessoas sabem muito pouco sobre isso. Muitas, porém, não sabem nada. Em algumas igrejas, se os crentes começassem a gemer e a clamar diante do altar, iriam incomodar muitas pessoas, que diriam: “Parem. Não queremos nada disso por aqui”. Assim, não teriam nenhum nascimento, também. Algumas das coisas mais tremendas que já aconteceram no meu ministério vieram quando orei dessa maneira, com intercessão espiritual. Isso funciona hoje da mesma maneira que funcionava no passado. A Palavra de Deus não muda. Quando lutarmos e sentirmos as dores de parto em oração, certamente geraremos filhos em Cristo.

Precisamos de mais desse tipo de oração e quando tivermos, teremos também mais pessoas salvas. Portanto, não recue quando o Espírito Santo se manifesta em você com gemidos; responda.

Portanto, o texto de Romanos 8.26 quer dizer que o Espírito Santo “segura juntamente conosco contra nossas fraquezas”. Isso implica em que se não tomamos uma posição firme, o Espírito não tem no que segurar junto conosco contra.

A sentença seguinte em Romanos 8.26 diz: porque não sabemos o que havemos de pedir como convém. Isso implica em que ficamos firmes junto com o Espírito contra nossas fraquezas, orando no Espírito.

Algumas pessoas estão esperando que o Espírito Santo as leve a fazer algo. Ficam esperando que algo sobrenatural ocorra. Entretanto, não precisamos esperar por algum sentimento especial. Podemos apenas saber que o Ajudador está lá e podemos pedir que nos ajude. Então, na medida em que cremos que Ele está nos ajudando, “Ele segura juntamente conosco” contra aquele problema.

segunda-feira, 8 de novembro de 2010

SÉRIE: O CRISTÃO QUE INTERCEDE - PARTE 1


Por Kenneth Hagin

Intercedendo por uma nação

Admoesto-te, pois, antes de tudo, que se façam deprecações, orações, intercessões e ações de graças por todos os homens; pelos reis e por todos os que estão em eminência, para que tenhamos uma vida quieta e sossegada, em toda a piedade e honestidade. Porque isto é bom e agradável diante de Deus, nosso Salvador, que quer que todos os homens se salvem e venham ao conhecimento da verdade. — 1 Timóteo 2.1-4

Iniciando nosso estudo sobre oração de intercessão, note a expressão antes de tudo no texto acima. As coisas funcionam quando seguimos as instruções; portanto, vamos interpretar a Bíblia literalmente e fazer exatamente o que ela diz. Vezes demais dizemos que cremos na oração e ficamos somente nisso. Se você disser que crê que pode dirigir um carro, isso não implica que realmente vá guiálo. Você poderia aprender muito lendo um livro sobre como dirigir; entretanto, existem certas coisas que você nunca saberia a menos que entrasse num carro e se dispusesse realmente a fazê-lo. Aprende-se pela experiência.

No versículo de abertura deste capítulo, Paulo disse: Admoesto-te pois, antes de tudo... Vamos colocar as primeiras coisas em primeiro lugar. Geralmente deixamos as coisas secundárias prevalecerem e negligenciamos aquilo que deve vir primeiro. Em nossa vida espiritual, culpamos a Deus por nossos fracassos. Ficamos nos perguntando por que certas coisas não dão certo, quando, na verdade, não estamos colocando as prioridades em primeiro lugar. Geralmente, as pessoas colocam-se em primeiro lugar, mesmo quando se trata de oração. Muitas das suas orações não são respondidas porque você está colocando a si próprio em primeiro lugar.

Muitas vezes agimos como o fazendeiro que orava assim: “Senhor, abençoa-me, minha esposa, meu filho João e sua esposa - nós quatro e mais ninguém”. Podemos não usar exatamente essas palavras, mas na maioria das vezes esse é o formato da nossa oração. Paulo disse no nosso texto que antes de orarmos por nós mesmos ou por nossa família, devemos orar pelos reis e por todos os que estão em posição de autoridade. Isso quer dizer que devemos orar pelo nosso governo - pelos líderes e pelas autoridades, tanto em nível nacional como local. Talvez alguns de nós estejamos realmente fazendo isso, mas não muitos. Se os cristãos estivessem orando pelas autoridades do governo, talvez as coisas pudessem estar bem diferentes em nosso país.

Paulo escreveu sob a unção do Espírito Santo, o que significa que as palavras dessa carta a Timóteo são palavras de Deus. O Senhor não iria nos dizer para orar por algo que Ele não nos dará. Nenhum pai diria ao filho que iria lhe comprar um presente de aniversário se não estivesse disposto a fazer isso. Certamente nosso Pai Celestial não é menos fiel em cumprir Suas promessas do que um pai humano. Deus não é homem para mentir. Ele fará o que disser que vai fazer - quando nos submetermos às Suas condições. Assim, na maioria das vezes existem condições relacionadas à oração.

Admoesto-te pois, antes de tudo, que se façam deprecações, orações, intercessões e ações de graças por todos os homens; pelos reis.. . (vs. 1,2). Na época em que Paulo escreveu isso, muitas nações eram governadas por reis. O equivalente atual nos países modernos é o Presidente da República. Depois, Paulo disse: .Por todos os que estão em eminência (v. 2). Isso quer dizer todos os nossos líderes — deputados, senadores, governadores, prefeitos -todos que estão em posição de autoridade. Isso inclui até mesmo os policiais.

É muito fácil criticar. Ouço pessoas criticando e sei que não estão orando pelos líderes; quando oramos por outros, não temos tanta disposição para criticar. Como cristãos, entretanto, não devemos colocar os políticos antes de Cristo. Algumas pessoas estão tãoenvolvidas na política que não se desenvolvemespiritualmente.

Uma vez, por exemplo, alguns líderes políticos estavam sendo processados criminalmente. No final, realmente foram considerados culpados e mandados para a prisão. Eu ouvi alguns cristãos dizendo que na próxima eleição iriam votar naqueles mesmos candidatos. Não tinha importância se tinham roubado algum dinheiro público. Os cristãos iam votar neles porque os políticos eram do partido ao qual eles eram filiados e eles achavam que é preciso ser fiel ao seu partido. Não fazia muita diferença para eles quem eram os candidatos. Felizmente, aqueles políticos não foram eleitos.

Existem cristãos que quando oram por um político que não pertence ao partido deles, pedem apenas para que ele seja derrotado. Se o político for eleito, oram para que não tenha sucesso no cargo que for ocupar. Essa é uma oração egoísta, do tipo que não será respondida. O Senhor tem colocado no meu coração que temos de orar especialmente por nosso país, pois muitas coisas podem ser mudadas por meio da oração. Deus não nos manda fazer algo apenas para colocar mais palavras na Bíblia ou para preencher alguma lacuna. Ele tem um propósito em mente. Em nosso texto, podemos aprender sobre o propósito da oração pelas autoridades.

Paulo disse que devemos orar pelos líderes, para que nós, que somos cristãos, tenhamos uma vida quieta e sossegada, em toda piedade e honestidade (v. 2). Deus se preocupa conosco e se moverá, ainda que aqueles que estão no poder possam não ser cristãos. Ele responderá nossa oração e fará coisas em nosso favor para que tenhamos uma vida quieta e sossegada.

Note agora o propósito final da nossa oração pela nação: Porque isto é bom e agradável diante de Deus nosso Salvador (v. 3). Se nós, como cristãos, queremos agradar a Deus, o que vamos colocar como pedido número um em nossa lista de oração? Eu mesmo? Meus filhos? Meus netos? Minha igreja? Não. Vamos fazer exatamente o que Deus nos mandou fazer: orar em primeiro lugar por todos aqueles que estão em posição de autoridade.

Note o que diz o versículo número quatro: Que quer que todos os homens se salvem, e venham ao conhecimento da verdade. O propósito supremo de Deus em nos ordenar que oremos pelas autoridades é que tenhamos liberdade para propagar o Evangelho. Se não tivermos um bom governo, que promova a paz e o sossego, teremos obstáculos para pregar o Evangelho. Em tempos de turbulência política, somos impedidos de pregar sobre Jesus Cristo. Em tempos de guerra, somos impedidos de pregar o Evangelho, devido às restrições na locomoção e a outras dificuldades.

Deus quer que o Evangelho seja anunciado. Ele quer a verdade sendo pregada. Quando esteve aqui na terra, Jesus disse: E este evangelho do reino será pregado em todo o mundo, em testemunho a todas as gentes, e então virá o fim (Mt 24.14). O diabo fará tudo para evitar que isso aconteça.

Pastores que viajam bastante por outros países pela obra do Evangelho me informaram que, embora outros países estejam fazendo algum trabalho missionário, os EUA são quase o único país que tem levado o Evangelho para outras nações. Isso nos faz compreender por que o diabo se opõe ao nosso país, pois assim pode interromper esse fluxo de verdade que se espalha por todo o mundo. Podemos ver também por que Deus quer que oremos pelas autoridades: para que todos os homens se salvem e venham ao conhecimento da verdade.


quarta-feira, 3 de novembro de 2010

AS MELHORES COISAS DEMANDAM ESFORÇO


Por A. W. Tozer

Em nosso torcido mundo, as mais importantes coisas muitas vezes são as mais difíceis de aprender; e inversamente, as coisas que vêm fácil são na maioria das vezes de pouco valor real no longo prazo.

Isso se vê claramente na vida cristã, onde muitas vezes acontece que aquilo que aprendemos a fazer sem dificuldade são as mais superficiais e menos importantes atividades, e os verdadeiramente vitais exercícios tendem a ser omitidos devido à dificuldade de pô-los em prática.

Isto é mais facilmente visto em nossas variadas formas de trabalho cristão, particularmente no ministério. Ali as mais difíceis atividades são as que produzem maior fruto, e os menos frutíferos serviços se desempenham com menor esforço. Esta é uma armadilha em que não cairá o ministro sábio, ou se ele perceber que nela está preso, importunará céu e terra em sua determinada luta para escapar dela.

Orar com sucesso é a primeira lição que o pregador tem de aprender se quiser pregar frutiferamente; embora a oração seja a mais difícil tarefa para a qual ele é chamado. Como homem será a atividade que será tentado a menos pôr em prática do que qualquer outra. Ele tem de determinar o coração para conquistar pela oração, e isso significa que primeiro tem de comquistar sua própria carne, porque é a carne que sempre atrapalha a oração.

Quase tudo que diz respeito ao ministério pode ser aprendido com uma média porção de inteligente esforço. Não é difícil pregar, ou gerenciar atividades da igreja ou atender compromissos sociais; casamentos e funerais podem ser dirigidos sem problemas com um pouco de ajuda de um Manual do Ministro. Pode-se aprender a fazer sermões tão facilmente como fazer sapatos – introdução, conclusão e só. E assim é com todo o trabalho do ministério como se tem levado na igreja normal de hoje.

Mas orar – isso é outro assunto. Aqui de nada serve a ajuda de um Manual do Ministro. Aqui o solitário homem de Deus tem de combater sozinho, às vezes com jejuns e lágrimas e fadigas indizíveis. Ali cada homem tem de ser original, porque a verdadeira oração não pode ser imitada nem pode ser aprendida de outrem. Cada um tem de orar como se só ele pudesse orar, e sua aproximação tem de ser individual e independente; independente de todos, menos do Espírito Santo.

Thomas à Kempis diz que o homem de Deus deve sentir-se mais à vontade em seu quarto de oração do que diante do público. Não é exagero dizer que o pregador que gosta de estar diante do público dificilmente se encontra espiritualmente preparado para estar diante dele. É mais provável que a correta oração torne o homem hesitante em aparecer diante de uma audiência. O homem que realmente se sente à vontade na presença de Deus se verá preso numa espécie de contradição interior. Ele provavelmente sentirá de forma tão aguda sua responsabilidade que preferiria fazer qualquer outra coisa a encarar um auditório; e contudo a pressão sobre seu espírito pode ser tão grande que nem cavalos selvagens o poderiam arrancar do seu púlpito.

Nenhum homem deveria se colocar diante de uma audiência sem antes ter estado diante de Deus. Muitas horas de comunhão deveriam preceder uma hora no púlpito. O quarto de oração deveria ser mais familiar que a plataforma pública. A oração deveria ser contínua;a pregação, intermitente.

É de notar que as escolas ensinam tudo sobre a pregação, exceto a parte importante, a oração. Não se deve censurar as escolas por causa dessa fraqueza, pela razão que a oração não se pode ensinar; ela somente pode ser praticada. O melhor que qualquer escola ou qualquer livro (ou qualquer artigo) pode fazer é recomendar a oração e exortar a que seja praticada. A oração mesma tem de ser trabalho do indivíduo. E é justamente o trabalho religioso que, feito com pouco entusiasmo, se torna uma das grandes tragédias dos nossos dias.

segunda-feira, 1 de novembro de 2010

COMEÇANDO A JORNADA



Por: Madame Guyon em "Experimentando Deus Através da Oração"


Comecemos agora a praticar a Palavra de Deus, usando a oração do Pai Nosso em Mateus 6:9-13 como exemplo.

Querido leitor, conheça esta verdade fundamental para começar. Quando Jesus ora para vir o Reino de Deus, lembre-se que disse: "O REINO DE DEUS ESTÁ ENTRE VÓS." (Lucas 17:21)

Antes que tivéssemos convidado Jesus, a vir para o nosso coração, éramos pecadores perdidos. A única promessa disponível para nós era que o nosso salário pelo pecado era a morte. (Veja Rm. 6:23) Porém, agora que temos nos arrependido e voltado para Cristo para sermos purificados dos nossos pecados, e o convidado para fazer morada conosco, Ele trouxe consigo o Reino de Deus com todos os seus benefícios e promessas.

Deixe-me dizer agora algo para aqueles do ministério. Eu sei que muitos de vocês dizem aos seus paroquianos o que lhes espera ao final de suas vidas terrenas. Entretanto, frequentemente, não dão clara ou suficiente informação para conseguí-lo.

Façam com que os passos para salvação possam ser entendidos mesmo pelos menos letrados de sua congregação. A atenção deles deve ser em Jesus Cristo somente.

Então, ensinem ao seu povo, através de ato de profunda adoração perante Deus, como encontrá-lo em oração. Diga-lhes como conseguir a paz interior, como conservar seus pensamentos longe do vaguear, e como construir sua fé em Deus através da meditação de Sua Palavra.

Agora, vamos observar juntos a oração do Pai Nosso e ponderar o significado das palavras. Pensemos nas palavras, "PAI NOSSO". Deus tomou a iniciativa de convidá-lo a tornar-se Seu filho,. Ele deseja ser seu Pai. Derrame os desejos do seu coração perante Ele.

Agora, aguarde alguns minutos em silêncio diante dEle. Sempre permita algum tempo de quietude quando orar, possibilitando ao nosso Pai Celeste revelar Sua vontade a você.

Venha ao Pai como uma frágil criança, suja e ferida por repetidas quedas, destituída de força para ficar em pé ou de poder limpar-se. Permita ao Pai ver a sua perturbação. Então, alterne palavras de amor a Deus e de tristeza pelos pecados do passado, e recaia em silêncio perante Ele.

Continue desta mesma maneira na oração do Pai Nosso. Implore ao Pai da Glória para reinar em você. Liberte-se para Deus fazer uma obra completa em você. Reconheça o direito dEle governar sobre você.

Se sentir que deve permanecer em paz e quieto, em vez de continuar em oração, fique assim.

Então, quando estiver pronto, continue com a segunda petição, "VENHA A NÓS O TEU REINO. SEJA FEITA A TUA VONTADE ASSIM NA TERRA COMO NO CÉU". Peça a Deus que realize em você e através de você sua vontade na terra. Entregue sua liberdade e querer nas suas mãos para que possa dispor deles como lhe agradar.

Quando descobrir que é a vontade de Deus estar amando, você desejará amar. Você o procurará primeiro, pelo Seu amor, e por esse amor amará os outros.Não se sobrecarreguem com frequentes repetições de formas preparadas ou orações estudadas. Quando meditar no Pai Nosso, somente uma única vez, então orem ao Pai, isto produzirá mais frutos do que repetidas e inexpressivas palavras.

Quando chegar ao verso: "O PÃO NOSSO DE CADA DIA DÁ-NOS HOJE" coloque-se como uma ovelha defronte do seu Pastor. Procure por seu alimento. "Oh, Pastor Divino, alimente Seu rebanho com Sua presença. Você é certamente nosso pão de cada dia".

Conte ao Pai tudo sobre a necessidade da família, porém, faça isso lembrando-se de um grande princípio de fé - Deus está dentro de nós. Quando orar, não forme qualquer imagem de Deus em seu pensamento. Todas as nossas imagens de Deus chegam a nada. Você pode, entretanto, lembrar de Jesus Cristo em seu nascimento ou crucificação, desde que sempre o procure em seu estado ressurreto.

Talvez em algumas ocasiões, venha a Ele necessitando de um médico. Então, venha sem pensamentos negativos, por que Ele tem a virtude da cura para todos os nossos males. Você não tem a necessidade de exercitar-se em oração, simplesmente entregue-se às operações de Deus dentro de você até que Ele complete Sua obra.

Logo que experimente orar desta maneira, gozará da mais intensa comunhão com Deus que até então você tenha conhecido. Apreciará com prazer estes momentos de descanso e quietude na presença dEle. Isto é conseguido por todos que honestamente buscam a Deus. O único requisito é iniciar.